Bate-papo sobre sonhos e poder dá continuidade à agenda dedicada à mulher  

A Secretaria da Mulher de Barueri, dando continuidade às ações da programação dedicada ao mês das mulheres, realizou a roda de conversa sobre o tema proposto deste ano: “Meninas com sonhos tornam-se mulheres de visão”. O evento recebeu convidadas que puderam compartilhar suas histórias e aspirações.

 

Todas as vozes

O bate-papo contou a presença de mulheres que defenderam diversas frentes, enriquecendo o debate sobre o combate ao racismo e à violência contra a mulher idosa, a valorização das mulheres com deficiência e mulheres LGBTQIAPN+.

 

“Quando falamos de empoderamento é preciso lembrar que o conhecimento é a chave para isso acontecer. Cada mulher que está aqui hoje vive uma história diferente, por isso que é tão importante a participação de todos, pois as lutas se complementam”, disse a secretária da Mulher, Giani Cristina de Souza. 

 

Indígenas têm voz

A empreendedora Jennyffer Bransfor, de origem Tupinambá de Olivença, representou a voz da mulher indígena e falou sobre o seu levante no combate ao abuso sexual infantil. 

 

“Fui vítima de violência sexual dos três aos 11 anos. Só adulta percebi a violência que sofri e a violência que o meu povo ainda sofre. A cada 15 minutos uma criança sofre violência sexual no Brasil. Não devemos nos silenciar, principalmente por sabermos que a maioria dos casos dos abusos acontecem dentro de casa”, denuncia. 

 

Mulheres idosas

A advogada Carmella Del Isola é ativista em prol da pessoa idosa e também marcou presença.

 

“Quando se fala de pessoa idosa, o maior agressor está na família. Há necessidade de estabelecer políticas públicas que resguardem essa população. Pensar nessas ações é também se preocupar com o futuro de quem um dia vai envelhecer”, reforça. 

 

Força preta

A professora Vera Delfina destacou que a luta de combate ao racismo e pela sobrevivência da mulher negra no País começa cedo.

 

“As dificuldades de uma menina negra é desde que nasce. Minha mãe ouvia das pessoas: ‘menina? Se fosse menino era melhor!’. Apesar de tudo, nunca deixei de sonhar e queria ser professora desde os oito anos. Quando me tornei uma, era considerada uma hippie, porque em sala de aula usava um cabelo ‘Black Power’. Depois disso as minhas alunas negras começaram a usar também. Era um orgulho”. 

 

Inspiração

A também professora Cristiana Ferreira, que tem uma deficiência física após um grave acidente de moto, relatou como ressignificou sua história.

 

“O meu maior medo foi perder os movimentos das mãos, que me impediriam de escrever na lousa e corrigir os cadernos dos meus alunos. Lembro do meu empenho em superar isso na fisioterapia, e de fato consegui me recuperar. Perdi a minha perna, mas não perdi a vontade de viver. A gente pode continuar a lutar por direitos, não é a deficiência que nos define”, destacou. 

 

Pelo direito de existir

“É importante esse encontro para falar para a sociedade que nos reduz a ‘sapatões’. Sou casada e tenho filhos e ainda tenho que explicar para as pessoas que somos duas mães. Somos trabalhadoras, empreendedoras e seres pensantes. Apesar de tudo, encontrei rede de apoio e acredito sempre na evolução humana. A importância dessa vida é levar o melhor para o outro e o respeito às etnias e diferenças”, conclui Bruna Alves, mulher lésbica, empreendedora e escritora.

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