ARTIGO – A ferrovia com protagonismo no novo PAC

Já se passam quase 17 anos que o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento – nos foi apresentado. Um conjunto de medidas institucionais e de políticas macroeconômicas, com o objetivo principal de retomar o investimento em infraestrutura pelo governo, o que representou uma mudança de ideologia dentro da administração federal: o gasto público passou a ser o grande motor de crescimento da economia nacional.

Como resultado, uma média de crescimento do PIB de 7,35% no período de maior relevância do programa, entre 2007 e 2013, 25,8% maior que no período entre 1994 e 2006, o que contribuiu com a estabilidade econômica brasileira, sobretudo no período pós-crise.

No último dia 11 de agosto, o novo PAC foi anunciado, com uma previsão ousada de investimentos – cerca de R$ 1,7 trilhão – com recursos distribuídos entre o orçamento da União, empresas estatais, financiamentos bancários e, principalmente, capital do setor privado, com prioridade clara na retomada de obras paradas – o que é um acerto: estima-se, hoje, mais de sete mil canteiros paralisados.

Outro acerto é a inclusão do setor metroferroviário na carteira de projetos, fundamental para equilibrar a matriz de transportes e aumentar a competitividade do país. São previstos R$ 94,2 bilhões em investimentos, sendo R$ 6 bilhões em recursos públicos e R$ 88,2 bilhões em investimento privado.

São quinze as ações aprovadas, como a construção da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste e a inclusão do trecho entre Salgueiro e Suape no projeto da Transnordestina.

Em São Paulo, quatro são as obras que atendem ao seu território: a continuidade do VLT da Baixada Santista; as extensões da Linha 2 do Metrô, nos trechos Vila Prudente – Penha e Penha – Guarulhos; o Trem de Passageiros Intercidades, até Campinas; e a extensão da Linha 9 – Esmeralda, de Grajaú até Varginha, de grande relevância para a população da região Sul da capital.

A solução para os problemas de mobilidade nas grandes cidades está na substituição do transporte individual pelo coletivo. Ganha o Brasil e avança o setor ferroviário, que poderá atender melhor a população, gerar novos empregos e encurtar ainda mais distâncias.

CAIO LUZ

(Secretário de Mobilidade Urbana de Mogi das Cruzes, autor do livro ‘CPTM 30 anos Sobre Trilhos’ e coordenou o eixo de mobilidade no Plano de Governo do prefeito Ricardo Nunes – gestão Bruno Covas)

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